Muitas das infelizes situações que aparecem no casamento podem ser
evitadas se o marido e a esposa adotarem uma filosofia de consideração mútua.
Toda a boa filosofia necessita de uma expressão prática e diária para
manter-se viva.
Aqui vão algumas sugestões que verifiquei serem úteis para os casais
que não querem continuar apenas casados, mas que desejam ter no casamento
um grande prazer.
Limite à crítica ao mínimo. Tente entender a psicologia do sexo oposto.
Existem características de ambos os sexos que nos tem sido transmitidas
desde o princípio dos tempos. Por exemplo: muitos homens gostam de se
sentir importantes. Gostam de ser elogiados, encorajados e inspirados.
Muitas mulheres cometem o erro fatal de diminuir os maridos em vez de os
fazerem sentir que são as pessoas mais importantes da família. Os psicólogos
chamam o processo de a esposa submeter o marido à sua vontade de
"castração". Assim procedendo, a esposa derrota-se a si mesma.
Perde o amor do marido e começa a desprezar-se a si própria. As mulheres
normais não desejam ter domínio sobre o homem. A maioria delas prefere
considerá-los como seus protetores.
Existem também nas mulheres coisas peculiares que os deixam de reconhecer. As mulheres desejam sentir-se seguras. Um homem não pode maltratar uma mulher e safar-se. Sempre alguma coisa acontece. As mulheres são como as flores que necessitam da natureza e da luz do sol. Querem ser tratadas como namoradas e de vez em quando elogiadas. A segurança material não é bastante. Querem sentir-se amadas e responsáveis em parte pelo sucesso dos maridos. Os homens também devem compreender que as esposas não gostam de desempenhar o papel de mãe de seus maridos. Elas desejam levantar os olhos para o homem e respeitá-lo pela sua masculinidade. O marido que age como uma criança não pode esperar que a esposa o respeite. Espera-se que um homem seja um homem em todo o sentido da palavra, mesmo que ele possa apenas representar o papel.
Adote para os argumentos a técnica do tribunal: ponha- os em discussão.
Para discutir-se é necessário o concurso de duas pessoas. Se você não
pode discutir suas diferenças, conservando as emoções sob controle, não
as discuta de uma vez. Costumeiramente elas são de pequena importância.
Pelo menos espere até que você se acalme ou que esteja apto a falar sem
tornar-se agressivo e pessoal. É preciso aprender a distinguir uma contenda
de uma discussão tranqüila. Se a outra pessoa insiste em discutir-se,
recuse-se a imitar o que é neurótico.
Dê à conversação o seu devido valor; torne-a agradável, cortando os
rosários de queixas, dos mal-estares e das preocupações. A pessoa comum
rebela-se contra aquele que está sempre encontrando uma falta, que
continuadamente se queixa da saúde e corre para os médicos, que resmunga
contra o seu emprego e as responsabilidades do lar.
Ponha um ponto final no mau-humor, nas profanações, nos insultos, antes
que eles se tornem um hábito.
Examine-se a si mesmo à procura dos seus próprios erros quando estiver
tentando a ficar pensando nos de outra pessoa.
Acabe com o impulso de levantares suspeitas e ciúmes no outro com rumores
de flertes.
Divirtam-se, porém juntos; o casamento às vezes se esboroa por falta de
co-participação nos divertimentos para dar ao casamento certo brilho.
No caso de uma infidelidade, trate dela como se fosse uma doença de família.
Não recorra aos calmantes ou à garrafa. Não vá correndo atrás de um
advogado para conseguir um divórcio rápido. Consulte um conselheiro
matrimonial. Como em geral as esposas são as que mais sofrem por uma traição
deveriam elas ter um interesse correspondente forte em conhecer as razões
que causaram a infidelidade, bem como os meios capazes de a prevenir.
Evitar é a mais sábia das curas. Aqui muito depende da esposa. Ela é a figura principal da casa e se estiver ciente da pressão dos tempos de hoje, das tensões e da competição que o marido precisa enfrentar, pode contrabalançar grande parte do seu esforço com uma personalidade bondosa e tolerante.
As qualidades são a sua mais efetiva defesa na segurança de sua família. Elas atraem e retém o calor como uma lareira numa noite fria e escura.
Faça do casamento uma sociedade. Isso requer cooperação e não um esforço
competidor para alcançar a supremacia. Você não pode moldar a outra
pessoa à sua maneira de pensar. Além do fato de existir uma relação
entre marido e mulher, cada um é um livre-pensador e tem o direito de, como
pessoa, manter certas prerrogativas. A dominação é tirania. A combinação
de um marido dominador e uma esposa submissa é incompatível com a inteligência.
O marido e a esposa normais respeitam o companheiro como um ser humano,
inteligente e sensível. Você não pode ser dono da outra pessoa como é de
um automóvel. O amor possessivo é anormal. O amor verdadeiro é altruístico
em qualidade e incorpora os desejos da pessoa bem-amada.
Se existe alguma incompatibilidade sexual, alguma coisa deve ser feita a
respeito. Os casais que não se dão bem fisicamente estão sempre brigando.
Uma esposa frígida é propensa a ser sádica e a ter gênio difícil. Um
marido, que é sexualmente inadequado, pode tornar-se um lamuriador, sempre
se queixando de sua fraca saúde. Não existe desculpa para a infelicidade
sexual. Existem livros que contém orientações sexuais científicas para
serem lidas e psicólogos que podem ajudá-lo se o seu problema sexual for
complicado.
Para ser
feliz é preciso que você tenha afinidade com as pessoas e com o mundo que
o cerca. Para conseguir a felicidade você não deve depender inteiramente
de outra pessoa; deve cultivar interesses externos para estimular sua vida
conjugal. Nós admiramos as pessoas que sabem ser independentes. Ninguém
gosta de um companheiro que se parece com "uma planta trepadeira".
Aprenda a costurar, a
ler livros; cultive um "hobby" qualquer, ingresse num clube, faça
um curso em alguma universidade - faça alguma coisa. As pessoas
infelizes no casamento são preguiçosas. A maioria lhe dirá: - Minha
vida inteira teria sido diferente se me tivesse casado com outra pessoa.
É preciso que você esteja a coberto contra álibis desta espécie. Numerosos casais, quando são neuróticos, assumem uma atitude de quem caiu em cilada e, por nem um e nem outro mudar, se julgam sentenciados à infelicidade eterna. Em vez de esperar pela modificação dos outros, devem eles modificar-se a si próprios.