Acontecimentos

12 DE MAIO DE 1856

(Sessão pessoal na casa do Baudin.)


Pergunta – (À Verdade). – Que pensais do Sr. M.? É um homem que terá influência nos acontecimentos?

Resposta. – De muito ruído. Ele tem boas idéias; é um homem de ação, mas não é uma inteligência.

Perg. – É preciso tomar ao pé da letra o que foi dito, que lhe cabia o papel de destruir o que existe?

Resp. – Não, quis personificar nele o partido do qual representa as idéias.

Perg. – Posso manter relações de intimidade com ele?

Resp. – Não para o momento; correrias perigos inúteis.

Perg. – O Sr. M..., que tem um médium, disse que se lhe precisou a data da marcha dos acontecimentos, por assim dizer, com dia fixo; isso é verdade?

Resp. – Sim, foram-lhe fixadas épocas, mas foram os Espíritos levianos, que não sabem mais do que ele, e que exploram a sua exaltação. Sabes que não devemos nunca precisar as coisas futuras. Os acontecimentos pressentidos, certamente, ocorrerão num tempo próximo, mas que não pode ser precisado.

Perg. – Os Espíritos disseram que os tempos estão chegados, em que essas coisas devem se cumprir; que sentido é preciso ligar a essas palavras?

Resp. – Para coisas dessa gravidade, o que são alguns anos a mais ou a menos? Elas nunca chegam bruscamente e como um raio, mas estão, de há muito, preparadas por acontecimentos parciais, que lhe são como os precursores e como os ruídos surdos que precedem a erupção de um vulcão. Pode-se, pois, vos dizer que os tempos estão chegados, sem que isso signifique que as coisas chegam amanhã. Isso quer dizer que estais no período em que ocorrerão.

Perg. Confirmais o que foi dito, de que não haverá cataclismos?

Resp. – Certamente, não tendes a temer nem dilúvio, nem abrasamento de vosso planeta, nem outras coisas desse gênero, porque não se pode dar o nome de cataclismo a perturbações locais que não se produziram em todas as épocas. Não haverá senão um cataclismo moral, de que os homens serão os instrumentos.