Meus trabalhos pessoais. Conselhos DiversosParis, 4 de julho de 1868. - Médium sr. D. Os vossos trabalhos pessoais estão num bom caminho; persegui a reimpressão da vossa última obra; façais o vosso quadro geral para o fim do ano, é uma coisa útil e recolocai o resto sobre nós. O impulso produzido pela Gênese não está senão em seu início, e muitos dos elementos abalados pelo seu aparecimento se alinharão logo sob a vossa bandeira; outras obras sérias aparecerão ainda para acabar de esclarecer o pensamento humano sobre a nova doutrina. Aplaudo igualmente a publicação das cartas de Lavater: é uma pequena coisa destinada a produzir grandes efeitos. Em suma o ano será frutífero, para todos os amigos do progresso racional e liberal. Estou também inteiramente de acordo em que se publique o resumo que vos propusestes fazer sob forma de catecismo, ou manual, mas também de opinião de limpá-lo com cuidado. Quando estiverdes por fazê-lo aparecer, não esqueçais de me consultar sobre o título, terei talvez um bom conselho para vos dar, então, e do qual os termos dependerão dos acontecimentos realizados. Quando vos aconselhamos recentemente para não esperar muito tempo, para vos ocupar do remanejamento da Gênese, dizíamos que haveria a acrescentar em diferentes lugares, a preencher algumas lacunas, e condensar alhures a matéria, a fim de não dar mais extensão ao volume. As nossas observações não foram perdidas e estaremos felizes em colaborar no remanejamento dessa obra, como por ter contribuído para a sua execução. Eu vos convidaria hoje a receber com cuidado sobretudo os primeiros capítulos, dos quais todas as idéias são excelentes, que não contêm nada que não seja verdadeiro, mas dos quais certas expressões poderiam se prestar para uma interpretação errônea. Salvo essas retificações, que vos aconselho a não negligenciá-las, porque não se rejeita sobre as palavras senão quando não se pode atacar as idéias, não tenho nada de outra coisa a vos indicar a esse respeito. Aconselho, por exemplo, a não perder o tempo; vale mais que os volumes esperem o público do que este por eles. Nada deprecia mais uma obra do que uma lacuna na sua venda. O editor impaciente por não poder responder aos pedidos que lhes são feitos, e que falta a ocasião de vender, se arrefece pelas obras de um autor imprevidente; o público se fatiga de esperar e a impressão produzida tem dificuldade de apagar-se. De outra parte não é mau que tenhais alguma liberdade de espírito para evitar as eventualidade que podem nascer ao vosso redor, e dar os vossos cuidados aos estudos particulares que, segundo os acontecimentos, podem ser suscitados atualmente ou remetidos a tempos mais propícios. Preparai-vos, pois, pronto para tudo; sede livre de todo entrave, seja para vos entregar a um trabalho especial, se a tranqüilidade geral o permitir, seja para estar preparado para todo acontecimento, se complicações imprevistas vierem a necessitar, de vossa parte, uma determinação súbita. O ano próximo será logo esperado; é preciso, pois, no fim deste, dar a última demão à primeira parte da obra espírita, a fim de ter o campo livre para terminar a tarefa que concerne ao futuro. |