Feliz é aquele que saboreia quando come,
enxerga quando olha, dorme quando deita, compreende quando reflete,
aceita-se e aceita a vida como ela é.
Há quem diga que felicidade depende, antes
de tudo, de bastar-se a si próprio; de não depender de ajuda, de opinião
e, sobretudo, de não se deixar influenciar por ninguém.
Será mesmo? Você pode imaginar uma pessoa
assim?
Lao Tzé dizia: "Grande amor, grande
sofrimento; pequeno amor, pequeno sofrimento; não amor, não
sofrimento".
Pode imaginar você um homem sem paixão, sem
desejos?
A felicidade, entendida assim, não seria
apenas um engodo, algo contra a natureza humana?
Evidentemente! Sem amor, sem paixão, que
sentido teria a existência?
A felicidade é proporcional ao risco que se
corre.
Quem se protege contra o sofrimento,
protege-se contra a felicidade.
Quem se torna invulnerável, torna sem
sentido a existência.
O homem feliz aceita ser vulnerável.
O homem feliz aceita depender dos outros,
mesmo pondo em risco sua própria felicidade.
É a condição do amor e de todas as relações humanas, sem o que a vida não teria sentido.
(Jean Onimus)