POEMA DA GRATIDÃO
Psicografado por Divaldo Pereira Franco pelo espírito Amélia Rodrigues
Senhor
Jesus, muito obrigado(a)!
Pelo
ar que nos dás,
Pelo
pão que nos deste,
Pela
roupa que nos veste,
Pela
alegria que possuímos,
Por
tudo de que nos nutrimos.
Muito
obrigado(a), pela beleza da paisagem,
Pelas
aves que voam no céu de anil,
Pelas
Tuas dádivas mil!
Muito
obrigado(a), Senhor!
Pelos
olhos que temos...
Olhos
que vêem o céu, que vêem a terra e o mar,
Que
contemplam toda beleza!
Olhos
que se iluminam de amor
Ante
o majestoso festival de cor da generosa Natureza!
E
os que perderam a visão?
Deixa-me
rogar por eles
Ao
teu nobre coração!
Eu
sei que depois desta vida,
Além
da morte,
Voltarão
a ver com alegria incontida...
Muito
obrigado(a), pelos ouvidos meus
Pois
ouvidos que me foram dados por Deus.
Obrigado(a),
Senhor, porque posso escutar
O
Teu nome sublime, e, assim, posso amar
Obrigado(a)
pelos ouvidos que registram:
A
sinfonia da vida,
No
trabalho, na dor, na lida...
O
gemido e o canto do vento nos galhos do olmeiro,
As
lágrimas doridas do mundo inteiro
E
a voz longínqua do cancioneiro...
E
os que perderam a faculdade de escutar?
Deixa-me
por eles rogar...
Sei
que em Teu Reino voltarão a sonhar.
Obrigado(a),
Senhor, pela minha voz,
Mas
também pela voz que ama,
Pela
voz que canta,
Pela
voz que ajuda,
Pela
voz que socorre,
Pela
voz que ensina,
Pela
voz que ilumina...
E
pela voz que fala de amor,
Obrigado(a),
Senhor!
Recordo-me,
sofrendo, daqueles
Que
perderam o dom de falar
E
o Teu nome não podem pronunciar!...
Os
que vivem atormentados na afasia
E
não podem cantar nem à noite, nem ao dia...
Eu
suplico por eles
Sabendo,
porém, que mais tarde,
No
Teu Reino voltarão a falar.
Obrigado(a),
Senhor, por estas mãos que são minhas
Alavancas
de ação, do progresso, da redenção,
Agradeço
pelas mãos que acenam adeuses,
Pelas
mãos que fazem ternura,
E
que socorrem na amargura;
Pelas
mãos que acarinham,
Pelas
mãos que elaboram as leis
Pelas
mãos que cicatrizam feridas
Retificando
as carnes sofridas
Balsamizando
as dores de muitas vidas!
Pelas
mãos que trabalham o solo,
Que
amparam o sofrimento e estancam lágrimas,
Pelas
mãos que ajudam os que sofrem,
Os
que padecem...
Pelas
mãos que brilham nestes traços,
Como estrelas sublimes fulgindo em meus braços!
...E
pelos pés que me levam a marchar,
erecto(a),
firme a caminhar;
pés
da renúncia que seguem
humildes
e nobres sem reclamar.
E
os que estão amputados, os aleijados,
Os
feridos e os deformados,
Os
que estão retidos na expiação
Por
ilusões doutra encarnação,
Eu
rogo por eles e posso afirmar
Que
no Teu Reino, após a lida
Dolorosa
da vida,
Hão
de poder bailar
E
em transportes sublimes outros braços afagar...
Sei
que a Ti tudo é possível!
Mesmo
o que ao mundo parece impossível!
Obrigado(a),
Senhor, pelo meu lar,
O
recanto de paz ou escola de amor,
A
mansão de glória.
Obrigado(a),
Senhor, pelo amor que eu tenho
E
pelo lar que é Meu...
Mas,
se eu sequer
Nem
o lar tive
Ou
teto amigo para me aconchegar
Nem
outro abrigo para me confortar,
Se
eu não possuir nada,
Senão
as estradas e as estrelas do céu,
Como
leito de repouso e suave lençol,
Ao
meu lado ninguém existir, vivendo e chorando
Sozinho(a);
ao léu...
Sem
alguém para me consolar
Direi,
cantarei, ainda:
Obrigado(a),
Senhor, porque nasci,
Obrigado(a),
porque creio em ti.
...E
porque me socorres com amor.
Hoje
e sempre,
Obrigado(a),
Senhor!