Kimbanda na África

Em terras bantas, muito antes da chegada do branco, já existia o culto aos ancestrais (chamados depois no Brasil "guias"). Também era conhecida a palavra "mbanda" (umbanda) significando "a arte de curar" o "o culto pelo qual o sacerdote curava", sendo que mbanda quer dizer "o Além - onde moram os espíritos". Os sacerdotes da umbanda eram conhecidos como "kimbandas" (ki-mbanda = comunicador com o Além ).

Quando chegaram os portugueses e tiveram contatos com os reinos bantos, procuravam comercializar com eles de um jeito pacífico. Mais tarde, o Rei do Kongo (manikongo) descendente do primeiro ancestral kongo divinizado o Tatá Akongo converte-se ao catolicismo, sendo que também fazem o mesmo todos os seus vassalos. Pode-se apreciar então que os negros bantos já na África são evangelizados por vontade própria, fazendo elos mesmos em suas terras sincretismos entre Santos e Nkisis. Porém uma parte banta não aceitou, nem adotou a evangelização, sendo que tramaram uma revolução contra o rei do Congo, mesmo ainda, para se mostrar opostos ao branco e os Santos, adotaram dizer que eram do Diabo. Esses povos bantos eram os Bagandas, Balundas e Balubas. Ao tempo os Bagandas em revolta conquistaram a região de Angola e logo após quase todo o reino congo (que estava formado por vários reinos vasalhos). Um dos reis bagandas foi Ngola Mbandi, de onde provêm o nome de Angola. Esses revolucionários estavam apoiados pelos grandes feiticeiros e guardiões das tradições bantas, sendo também que sua bandeira estava formada pelas cores da tribo dominante: vermelho e preto (muito depois seriam as cores de Angola). Os Luba-Lunda, que ajudavam na guerra contra o branco e os reinos congos evangelizados usavan como bandeira as cores vermelhas, pretas e brancas.

Devemos também dizer que depois de muito tempo de paz entre portugueses e congos, um dos descendentes do Rei do Congo para não perder o reino decidiu se unir ao pensamento das outras tribos, pegando novamente seu nome africano e declarando a guerra contra os portugueses, se aliando com o resto dos povos bantos.

Por sua parte, os portugueses levaram milhares de escravos bantos para o Brasil, entre eles encontravam-se partidários dos dois grupos bantos: os evangelizados e os defensores das tradições. Este ultimo grupo, já no Brasil, seguiu sendo revoltoso, contrário a todo o que vinha do branco, e também em parte "inimigo" dos escravos feiticeiros que sincretizavam os nkisis com os santos.