O Álcool Como Doença da
Personalidade
Os psicólogos adquiriram um grande conhecimento
sobre as pessoas que bebem excessivamente. Hoje em dia nós sabemos que o alcoólatra
é um indivíduo doente, que sofre de má adaptação da
personalidade e que não pode encarar a vida de maneira madura.
O álcool é um grande nivelador. A
bebida em excesso pode fazer com que o homem da mais alta inteligência desça
ao nível de uma imbecilidade comatosa.
Um homem sóbrio pode confiar no seu intelecto que o manterá longe
das situações ousadas e indiscretas. Um
homem bêbado é como um homem mentalmente irracional, pode tornar-se
incapaz de pensar coerentemente. Pode
ficar em apuros com a lei, pode seduzir a esposa do seu melhor amigo e pode
dar uma trombada numa árvore e matar-se.
A
Bebida Pode Custar a Sua Vida
A quantidade exata de excesso de álcool que
predomina individualmente em cada caso depende das circunstancias e da
personalidade básica de quem bebe. A
mulher cujo marido foi infiel, que está desiludida, sem esperança e
deprimida, pode beber até o suicídio.
Os relatórios encontrados na Policia e nos Hospitais demonstram que
milhares de pessoas tiram as suas próprias vidas sob a influência do álcool
- pessoas que ordinariamente não cometeriam o suicídio se tivessem em
estado sóbrio e reflexivo.
Os
Etilistas São Infantis
Beber em excesso, quase invariavelmente, indica
algum grau de instabIlidade e infantilismo.
Normalmente as pessoas adultas não têm necessidade de beber até
ficarem cegas, complicando tanto as suas vidas como a de todos os outros.
A personalidade neurótica e infantil é aquela que se refugia
no álcool, todas as vezes que as coisas começam a "ir muito
mal". Um homem pode dar-se ao álcool por causa de um grande
desapontamento ou tragédia na sua vida, incidentes que ele não soube
encarar; perda de um ente querido, fracasso no seu trabalho ou qualquer
outro revés do Destino.
Existem casos excepcionais quando as pressões da vida são tão grandes a
ponto de impelir uma pessoa normal à bebida, mas são poucos.
Não importa qual seja a frustração - reveses financeiros, desilusões no
amor, tristeza, tensão sexual ou qualquer outra - o álcool jamais será a
resposta.
O elemento do egoísmo está sempre presente na determinação da pessoa
intoxicada, a fim de obter atenção a qualquer custo, seja através do
desconforto, do embaraço ou da infelicidade daqueles que o cercam.
Existe um ponto em que não se deve fazer confusão. Os maridos e as esposas
que são bem casados e felizes não bebem habitualmente em excesso.
Encare-se
a Si Mesmo
Sobre este assunto, Você poderá ser o seu próprio
psicólogo.
Principie partindo da presunção de que se Você deseja ardentemente
refugiar-se no álcool, Você é um homem ou uma mulher mal ajustados.
Você está usando um método neurótico, tentando fugir de um
problema básico em vez de solvê-lo. Embeber qualquer problema no álcool,
apenas o intensifica e o agrava, deixando em Você uma capacidade constante
decrescente para esclarecê-lo.
O
Beber Moderado
O álcool é ao mesmo tempo alimento e droga. Como
alimento, possui o seu valor calórico. Em quantidades moderadas serve como
tônico e estimulante. Em
grandes quantidades age como um depressivo.
O álcool tem certos efeitos úteis. Por exemplo: o álcool
tomado moderadamente tem ação sedativa, é um anulador da dor
emocional. Diminui a ansiedade e a preocupação, relaxa o sistema nervoso e
produz um estado de bem-estar. O
álcool é conhecido pelo seu efeito benéfico nas pessoas que sofrem de
angina péctoris. As doses moderadas de álcool dilatam as artérias coronárias.
O álcool não deve ser considerado como um fantasma que nos amedronta.
0 beber moderado e social tem o seu lugar na Vida.
Não existe uma tribo primitiva neste mundo que não passe sem a sua
porção de qualquer coisa fermentada.
O álcool estimula o apetite, aumenta a alegria e a naturalidade da vida
social, libertando-nos da nossa timidez ou tensão ao sermos apresentados a
novas pessoas. Deve ser ministrado de maneira que quebre o ambiente frio de
uma festa - mas não de maneira que ponha abaixo a reserva e nos leve a sérias
preocupações.
De acordo com o Comitê Nacional de Alcoolismo, Você será moderado se
beber somente em ocasiões especiais; se Você não Pensar na sua bebida; se
Você parar quando desejar e se de maneira alguma a bebida apresentar
qualquer espécie de problema.
O
Que o Torna Um Alcoólatra?
Existem muitos artigos que tratam dos efeitos da
bebida excessiva na saúde das pessoas, porém poucos escritores se
concentraram nas coisas ocultas ou subconscientes do alcoolismo.
Este capitulo tem como propósito esclarecer os dipsomaníacos
potenciais e os bebedores sociais que estão aumentando a sua ingestão de
álcool, como também informar o leitor comum porque algumas pessoas sentem
que não podem passar sem álcool.
Existem várias teorias que explicam porque 3.000.000 de pessoas são
impelidas por uma compulsão intima a beberem em excesso.
O
Álcool Liberta as Emoções Doentias
O excesso de álcool torna algumas pessoas
perigosamente beligerantes, a ponto de comprarem briga com pessoas inocentes
e estranhas. Torna os homens ciumentos, predispostos a cometer crimes,
encoraja as aventuras amorosas, justifica as ofensas sexuais e convida à
autodestruição através do impulso suicida. Na verdade, a embriaguez é
considerada pelos psiquiatras como uma forma de insanidade.
Os Alcoólatras Precisam Ser
Reeducados
As estatísticas demonstram que hoje em dia o alcoólatra
tem uma "chance" de recuperação um pouco maior do que 60 por
cento.
Não se pode pretender a cura de um alcoólatra, a menos que se consiga fazê-lo
compreender os seus conflitos emocionais e os motivos ocultos responsáveis
pelo hábito de beber.
O bêbado-problema, contudo, não deve ser considerado um "proscrito
social". É um neurótico
que necessita estar sob os cuidados de um psicólogo.
É encorajador notar-se que a atitude pública se vem modificando
gradualmente. O estigma que antigamente se ligava à bebida está sendo
posto de lado e nossos atuais esforços se concentram no tratamento dos alcoólatras
como pessoas doentes.
A experiência demonstrou ao psicólogo que se ele alcançar a cura dos conflitos
da personalidade de seu paciente, o sintoma (o desejo irreprimível e
excessivo pelo álcool) subseqüentemente desaparecerá.