A
histeria representa um bloco de sintomas físicos, como
perturbações visuais, auditivas, paralisias parciais, agitações, depressões,
desmaios, etc. alterando o comportamento pela existência de desordens
psicológicas profundas.
A
histeria está praticamente ligada à cultura ocidental; esteve em dias
passados misturada a transes diversos, inclusive os de características
religiosas, acreditando-se estar relacionada com os 'humores uterinos",
daí o seu nome, e, como tal, doença de exclusividade feminina. É preciso
que se diga que a histeria não atinge tão-somente as mulheres, como se
pensava até bem pouco tempo, mas, também, os homens, com um componente
sintomático bastante expressivo.
Pelas
suas características, a histeria muitas vezes assemelha-se à epilepsia,
pela perda de consciência e “ataques”. Pelo transe histérico o
paciente sabe sempre cair, jamais se machuca, diferente do epiléptico, que
quase sempre se fere durante as convulsões, inclusive mordendo a própria língua.
A
sintomatologia pode revestir-se de estados crepusculares em graus
diversos, obnubilação de consciência, comportamento transtornado
indiferente ao ambiente, seguindo-se amnésia com apagamentos temporários
das próprias vivências (amnésia lacunar). As paralisias são freqüentes
nestes pacientes. Paralisias sem explicação e sem cansa aparente, tal qual
acontece com as anestesias, atingem seguimentos do corpo, em tonalidades múltiplas.
O
histérico pode apresentar distúrbios de fonação, desde as afonias
passageiras até dias sem articulação da palavra, a ponto de o paciente
comunicar-se pela escrita; distúrbios oculares com perda passageira da visão.
Algumas pacientes chegam a mostrar aumento de abdômen diante da suposição
de gravidez. Os sintomas, a miúdo, são equivalentes, isto é, quando um
deles desaparece, outro logo surge. Os traumatismos de guerra e acidentes de
trabalho podem desenvolver sintomas dessa área como um autêntico processo
de defesa, refletidos em reivindicações, mesmo de modo inconsciente.
Na
mulher existem conflitos mais de características eróticas, criando
problemas de toda ordem. Conflitos que podem chegar ao grau máximo de
frigidez, deslocando o processo para experiências místicas e artísticas.
O histérico pode desembocar nas ansiedades e depressões, envolvendo-se em
cota neurótica até de máxima intensidade.
A
personalidade histérica, comumente, teme a solidão. Pode apresentar-se
como pessoa bastante dependente e, como tal, passiva; outras vezes, mostram
traços inversos, com tendência a teatralização e dramatização. Nesta
última posição, tornam-se extravagantes no vestuário e nos impulsos maníacos,
contando fantasiosas histórias bastante fora da realidade, a ponto de não
se saber separar o falso do verdadeiro; o único drama que lhes importa é o
de sua própria imaginação. Choram e riem com facilidade e fora das
medidas.