O
Que Constitui a Normalidade?
De acordo com o Dr. Edward Glower, de Londres, são consideradas pessoas normais aquelas que se encontram livres de sintomas, desembaraçadas de qualquer conflito mental, possuindo uma capacidade de trabalho satisfatória e capazes de amar alguém além de si próprias.
A palavra "normal" é um termo relativo. O comportamento aceito em uma localidade poderia ser considerado anormal ou socialmente ofensivo em outra comunidade. Um costume normal na África seria considerado anormal em Nova Iorque.
O
termo possui, portanto, um significado elástico.
Todos nós somos um pouco excêntricos; temos nossas próprias manias, superstições e modos. Nisto somos todos iguais.
Todo
o Ser Humano Está Enquadrado num Destes Seis Grupos
Em verdade, poder-se-ia classificar toda a população do mundo nos seguintes seis grupos:
Normais
Neuróticos
Psicóticos (os casos de loucura só nos Estados Unidos ultrapassam a casa dos 500.000)
Psicopatas (criminosos, vagabundos, prostitutas, alcoólatras, delinqüentes sexuais, toxicômanos e assim por diante)
Débeis mentais
Inclassificáveis (inclui os habitantes da selva, os nativos, existindo em remotas partes do mundo e aquela determinada parte da população da terra, vivendo "en-masse" em vários paises e que não pode ser enquadrada em nenhum dos grupos).
Num apanhado geral, as pessoas normais fazem parte apenas de um dos seis grupos.
O
Que é uma Neurose?
A palavra "neurótico" da maneira como costuma ser usada hoje, tem um sentido impróprio. Poucos conhecem o significado deste termo, que usam com tanta freqüência.
Recentemente, uma senhora amiga me perguntou:
-
Então, quem é o neurótico?
Informei-a que todos nós somos um rouco neuróticos. Alguns são normalmente neuróticos ou para usar uma frase melhor, "não por demais neuróticos". Outros são neuróticos no sentido de serem incapacitados pela sua própria neurose. Neurose significa uma reação exagerada da mente e do sistema nervoso aos distúrbios físicos ou a experiências desagradáveis.
A falta de entendimento a respeito da psicologia da doença neurótica faz que as pessoas se tornem pouco compreensivas, intolerantes e neuróticas.
A neurose, em outras palavras, é uma doença causada por motivos inconscientes, geralmente vantajosos ao neurótico. Os sintomas tentam explicar (o que os psiquiatras chamam de "linguagem física") e encontrar a finalidade que um determinado sintoma visa.
Tipos
Comuns de Neurose
Existem várias espécies de neurose (a palavra "psiconeurose", que ouvimos tanto hoje, significa o mesmo que "neurose"). Os tipos mais comuns de neurose são os seguintes:
Neurastenia. A fadiga é o sintoma predominante embora o neurastênico possa também se queixar de dores e pontadas vagas.
Histeria. A instabilidade emocional é um dos sintomas mais característicos. Os conflitos mentais se expressam através de sintomas que afetam várias partes do corpo. Por exemplo, a mulher que é infeliz na vida conjugal pode queixar-se ao marido de dores nas costas. Os psiquiatras usam o termo "sintomas de conversão" porque realmente descrevem o que acontece: a infelicidade ou o conflito mental é convertido em um sintoma físico real.
Hipocondria. Vocês por diversas vezes já ouviram alguém referir-se a uma pessoa como "hipocondríaca". Isto quer dizer que tal pessoa tem sempre uma doença, geralmente imaginária. Ela se preocupa excessivamente com a sua saúde e gosta de conversar a respeito de seus inúmeros distúrbios físicos. Uma vez perguntei a uma senhora o que sentia. Quando ela terminou sua ladainha eu tinha uma lista de 57 sintomas diferentes. Essas pessoas se tornam "pacientes profissionais" e vão de médico em médico em busca de alivio.
Ansiedade. A preocupação e o medo podem causar numerosos distúrbios em muitos indivíduos.. Uma neurose deste tipo produz um estado de tensão crônico. Deste grupo fazem parte as pessoas que são vitimas de ansiedade e medos de toda sorte. (Medo de elevadores, multidão, micróbios, sexo, loucura, morte e muitos outros fatores). Este sentimento de insegurança os torna sempre irrequietos. Nunca descansam. Permanecem num estado constante de exaustão nervosa.
Qualquer que seja a espécie de
neurose, a psicologia do seu desenvolvimento é praticamente a mesma.
Os neuróticos, que pensam em medo, são vitimas de motivações
inconscientes. Em qualquer circunstância as neuroses são curáveis.
Personalidade
do Neurótico
0s neuróticos são os preocupados crônicos. São indivíduos excessivamente sensíveis, superagressivos, extremamente acanhados ou facilmente depressivos, que se entregam a pensamento negativo e que são inclinados a ficar tensos e nervosos independentemente de qualquer provocação. Não reagem bem às frustrações pessoais. Preferem ser sonhadores a realizadores. É como Claude Bristol os definiu: "eles possuem a espinha do desejo mas não possuem a espinha dorsal". Contudo, se lhes penetrarmos no intimo da personalidade verificaremos que basicamente são bons indivíduos.
O neurótico que se centraliza em si próprio e é excessivamente acanhado tem que ser transformado em pessoa que não se preocupe tanto consigo próprio. Nada é tão prejudicial ao seu restabelecimento quanto humilhá-lo, tornando-o responsável pela sua doença. Numerosos parentes cometem o engano de classificar o neurótico na mesma categoria do dissimulador - doente fingido.
Os
Neuróticos Não São Sem;re Casos Perdidos
Com um conhecimento intimo e uma cooperação apropriada, o neurótico não precisa viver amarrado. Uma vez que compreenda a psicologia da sua personalidade neurótica ele pode converter sua neurose em bênção disfarçada. Você não precisa ser alegre e nem triste porque é neurótico.
Muitas figuras famosas da História, que se sobressaíram, como cientistas, músicos, artistas e escritores de destaque, eram neuróticos; neuróticos no sentido de serem temperamentais e sensíveis, perdendo ocasionalmente o controle das emoções.
Neuroses
- Conhecemos as neuroses
pelas suas diversas manifestações na tela consciencial, sendo voz corrente
de nossa ciência que tal grupo de distonias se desenvolvem às expensas de
reflexos condicionados, isto é, de impulsos vindos do exterior e
causticando, constantemente, a zona física.
As
neuroses foram consideradas como reações vivenciais anormais,
diferenciando-se das reações vivencias normais, aquelas em que a resposta
sentimental tem motivação e
sentido exato, tal qual acontece, diante de algum fato, o desencadeamento de
reação de medo, tristeza, cólera, etc.
Nas
reações vivenciais anormais ou neuroses existem alterações variadas,
apesar de serem enfermidades sem lesão, sem correlação física. O
desenvolvimento dessas reações pode traduzir-se em angústia intensa
(neurose de angústia), envolvida em medo (medo da morte, medo de loucura,
medo de lugares fechados ou claustrofobia, etc.) que se mostra pelo temor de
perder o controle das faculdades mentais.
Certos
tipos de neurose mostram sintomas de cansaço, incapacidade, dificuldade de
atenção, intolerância emotiva e irritabilidade, enquadrados no capítulo
da neurastenia, termo muito usado no passado, persistindo ainda na
psiquiatria atual.
Existem
neuroses que se sucedem após traumatismos físicos, revelando dores
musculares, alterações sensoriais, tiques e maneirismos diversos.
Há
um grupo de neuroses que se reveste de cansaço intenso, desfalecimento e
falta de iniciativa; são conhecidas como neuroses depressivas.
Muito
mais intensos são os sintomas ligados às neuroses fóbicas, obsessivas e
compulsivas. A neurose fóbica é caracterizada por desarrazoado medo diante
de certas situações, com constante deflagração sintomatológica na zona
física. A neurose obsessiva instala-se sob intenso e tormentoso pensamento
que não abandona o indivíduo. A neurose compulsiva revela a existência de
impulso desmedido para fazer algo absurdo. Nestes grupos encontram‑se,
amiúde, reflexos de influências espirituais negativas, bem traduzidas como
obsessões espirituais.