CAPÍTULO 04
Os Índios

“Na contabilidade terrena quanto mais divididos estiverdes menos força detereis.

Uni-vos, portanto, em torno do amor ao próximo, lição maior legada por Jesus e vereis muitas de vossas aflições extinguirem-se.

Livrai-vos do preconceito perigoso que vos divide e separa influenciando naquilo que deveis ser e fazer pelo próximo.

Entregai-vos plenamente à prática do Evangelho Cristão e dessa forma vereis lentamente tudo em volta renovar-se.”

Shama Hare

01. Súplica a Jesus

Vinde, Senhor Jesus.

Atendei a nossa súplica.

Precisamos de vosso auxilio. Nosso povo está morrendo. Nossa gente não encontra mais saída senão o confronto sangrento que desejam a todo custo evitar.

Sede nosso suporte nessa hora de dor. Suplicamos por vosso socorro.

Enviai-nos um emissário de amor que seja capaz de apaziguar nossos companheiros e devolver a esperança em nossos corações.

Somos fracos e poucos, eles são fortes e muitos. São selvagens, como haveremos de vencer?

Somente Vossa ajuda poderá nos salvar. Queremos nos render, mas a Vós, não ao branco.

Queremos viver em paz em nossa terra, comendo e bebendo, formando nossas famílias como nossos ancestrais. Meu povo não suporta mais tanta invasão.

Se é verdade que existis e é nosso Irmão como dizem, vinde até nós e ajude-nos.

Se não por nós, que somos homens e a tudo devemos suportar, fazeio por nossas mulheres, crianças e velhos.

Eles querem ver nossa terra lavada de sangue, mas o espírito do vento me falou que ela já foi lavada com o sangue dos nossos antepassados e que agora não é mais tempo de guerra.

Então, o que faremos?

Vinde Senhor Jesus, ter conosco. Precisamos de vós.

Um índio sem identificação

02. Índios bem primitivos

Vidência: Estão presentes conosco nesta tarde os Caciques Thuerê, Xavan, Águas Claras, Pena Verde, Pena Dourada, Pedra Azul, José Wary, bem como Índio Flecha Ligeira, Índio Xavante, Pajé Pena Branca e muitos outros que não pude identificar.

Continuando a vidência, vejo uma floresta densa e para ali me transporto.

Pendurados nas árvores, estão índios de cabeça para baixo em grande número.

Eles têm pequena estatura e são como sombras a voar entre as árvores, parecendo até macacos. Suas casas ficam nas árvores e são extremamente simples, inclusive os utensílios domésticos.

Depois, levam-me pela floresta até um lugar com uma cachoeira muito linda. Naquele local existia uma pirâmide de origem Asteca ou Maia, não sei dizer.

03. Os desbravadores e suas invasões

Hoje, se há tribos indígenas que sofrem pela miséria, pela fome, pelo descaso e pelo abandono, é porque nestas tribos estão encarnados os mesmos desbravadores de ontem que lhes distorceram a jornada evolutiva, levando-os ao ódio e dizimação da raça.

Colhem hoje a semeadura imprevidente do passado.

Os desbravadores de todas as nações deveriam ter respeitado os habitantes primitivos que encontraram e não tratá-los como inimigos que deveriam ser exterminados.

Hoje, lutam pelo respeito de raças e de limites geográficos, que no passado não souberam respeitar.

A reduzida nação indígena da Terra, engolida pelo progresso, grita a altos brados para manter-se viva, sem contudo conseguir manter-se pura.

Os índios de hoje são os dizimadores de ontem, lutando por redimirem-se perante as Leis de Deus.

Algumas tribos conseguem manter acesa a cultura ancestral, a custa de sacrifícios. Nessas tribos, há um contingente maior de índios evoluídos encarnados, que mantém contato com as Forças Superiores Indígenas e também com Extras e Intras, mantendo-se em certo equilíbrio, apesar da pressão e da influência do civilizado ao seu redor. (Constatamos esse aspecto na tribo xavante que visitamos em 1998 e 2000)

04. Os religiosos e suas influencias

Os índios são corajosos guerreiros que defendem um objetivo superior:

o de salvaguardar locais sagrados. Mantém-se mais a custa de sua fé e assim tornam possível a proteção das Hostes do Bem.

Depois dos desbravadores sangrentos, os religiosos foram os responsáveis pela distorção e desequilíbrio do povo indígena, impondo-lhes o aculturamento de suas crenças e modo de vida.

Retiraram-lhes a pureza virginal, contaminando-os com a maldade fescenina. Ainda nos dias atuais, os religiosos de diversas seitas não entenderam seu papel frente aos índios. Continuam suas ferrenhas obsessões de angariar adeptos, deturpando as mentes dos indígenas já bastante confusas. Desse modo, criam densas ligações dolorosas para encarnações futuras, a fim de desfazerem tais vínculos.

Jesus acompanha todas as atividades do homem na Terra. Seu Amor Incondicional envolve todas as criaturas que convivem no planeta, buscando despertar-lhes o Amor Crístico e o sentimento fraterno por todos os povos, e o de “família universal” latente dentro do ser.

Magnânimo e Justo, o Pai oferta todas as chances de progresso ao filho durante sua jornada evolutiva.

Nos planos astrais inferiores, onde foram lançados pelo ódio devido aos ataques e massacres dos civilizados, os índios reúnem-se em grandes contigentes e lançam-se na vingança, fazendo justiça com as próprias mãos, acirrando ódios e preconceitos entre índios e invasores encarnados no momento.

Na limpeza astralina, neste final de ciclo, tem havido grande

despertamento de um maior número de indígenas por aqueles que, no passado, os lançaram na lama densa do ódio.

Estes irmãos, hoje já esclarecidos, buscam redimirem-se perante Deus e suas consciências, em trabalho sacrificial nas regiões inferiores. Por sua vez, os núcleos vingativos reúnem-se e tentam despertar nas tribos mais suscetíveis, sua influência inferior, acicatando os ódios entre os rivais. Todavia, os Exércitos da Luz têm obtido vitórias consideráveis no resgate dessas almas infelizes que foram mal conduzidas no trânsito evolutivo.

05. Os índios e um pouco de seus costumes

As diversas tribos das Américas mantinham intercâmbio pacifico entre si, trocando informações com objetivo de ajuda mútua.

As tribos menos ariscas e isoladas entretinham-se com pequenos grupos afins de outras tribos.

As tribos canibais não atacavam para manterem-se vivas, apenas, quando guerreavam, comiam os inimigos vencidos, ou quando o seu território era invadido por alguém desavisado; quando então praticavam a antropofagia.

Tribos recém-saídas do primitivismo animal comiam o próprio irmão de tribo, quando nasciam deformados ou quando brigavam pelo comando tribal. Essas tribos já foram extintas.

Havia tribos na América Central com conhecimentos profundos do uso das plantas, para curar e matar. Todo índio sobrevive da natureza.

Civilizações ameaçadas de desaparecerem, como Maias e Incas, buscavam adquirir novos conhecimentos do uso das plantas para os seus feitiços, com as tribos indígenas seculares que ali habitavam.

Nos dias de hoje, alguns cientistas naturalistas buscam informações com os indígenas sobre os diversos benefícios das plantas medicinais, contudo, nos seus compêndios ilustrados, apenas brilha o nome do autor.

Os índios conhecem o ritmo da natureza e dos animais, seu ciclo de vida, hábitos e alimentos, pois sua vida é moldada no pulsar da natureza.

São criaturas dóceis quando amigas, e ferozes, quando instigadas ou ameaçadas. Possuem índole facilmente moldável, por isso mesmo são ludibriadas e dizimadas pelos intrusos.

Tivessem os conquistadores ouvido seus sábios conselhos, o planeta de hoje não estaria em tal desequilibro ambiental.

O índio é o avesso do homem civilizado, mas sem forças para sobrepujá-lo, viu-se aculturado.

Conquistadores, torpes criaturas humanas, sedentas de posses materiais e de poderes temporais, não souberam, mais uma vez, aproveitar a oportunidade de progresso espiritual que a convivência pacifica com os índios teria ofertado. Preferiram o desajuste cármico.

06. Índios e colônias astrais

Existem colônias astrais exclusivamente para índios?

Não exclusivas, pois o índio na sua trajetória evolutiva tornou-se branco e o branco tornou-se índio. Portanto, as colônias espirituais que acolhem o irmão índio são constituídas de trabalhadores que, em nome de Jesus, buscam socorrer almas em desequilíbrio e aqueles que em especial socorrem os índios, são os mesmos que no passado, de alguma forma, vincularam-se a esses irmãos, pelo amor ou pelo ódio.

Em vossa colônia do GESJ há índios na função de socorristas, trabalhando no socorro, com brancos, com extras e intraterrestres, resgatando índios que ainda se encontram engalfinhados com brancos no astral inferior.

Todos estão ligados por laços do passado e buscam no momento, reduzir ao máximo o contingente negativo em torno da Terra, amparando a todos indistintamente, indígenas e não indígenas.

Há espíritos evoluídos que já não possuem corpo limitado; tomam a forma de caciques, pajés ou guerreiros indígenas de acordo com a conveniência e assim se apresentam no trabalho de socorro a esses irmãos, ajudando vítimas e algozes que estacionaram nos charcos abismais.

Há índios decaídos de outros planetas?

Há exilados que se tornaram índios em alguma fase de sua trajetória evolutiva. Os índios, em geral, são filhos da Terra.

Há extraterrestres e intraterrenos encarnados como índios, para conservarem vivas as culturas e lendas de proteção a locais sagrados, mantendo a influência dos brancos a certa distância, sem prejuízo da continuidade de informações de geração a geração e de sua função protetora das coisas sagradas.

Algumas tribos na América Central e do Sul guardam segredos acerca de entradas de cidades subterrâneas, de civilizações intraterrenas.

Na América do Norte, as nações indígenas foram extintas e algumas tribos migraram para as outras Américas. Os poucos índios que ali sobreviveram são totalmente aculturados.

Aqueles irmãos guardavam locais de grandes jazidas minerais e também informações acerca da manutenção da vida planetária.

Obs: A tribo que visitamos em Mato Grosso, o cacique sabia da existência da cidade de Létha e outro índio da mesma tribo, nos disse saber que era de “fora” (extraterrestre).

E por tocar em assunto tão importante, afirmamos que os índios, apesar da vida primitiva que levam sabem que possui um espírito além do corpo físico e a prova extraordinária do que dizemos, é que eles incorporam no médium sabendo que são criaturas desencarnadas e isso, facilita muito nosso diálogo. Já os civilizados, chegam de maneira deplorável, em sua maioria, não sabem que já morreram e custam a crer que “isso aconteceu com eles”.

07. Deixai o índio seguir seu curso natural de vida

Meus irmãos, Paz em Jesus!

Por que não fazermos mais pelos índios?

Espíritos infantis, dóceis criaturas que ambicionavam apenas viver, usufruindo sem maltratar, sem destruir, os benefícios da Mãe Natureza.

Respeitam os rios, os peixes, as árvores, os pássaros e os animais.

Falam sua língua, conhecem-lhes os instintos e os respeitam, vivendo em profunda comunhão com estes seres.

Seus ancestrais biológicos dos planos astrais, os orientam através dos pajés.

Pajé, feiticeiro inteligente, busca na Mãe Natureza os recursos para a cura do corpo físico dos índios.

Dóceis criaturas irmãs! Almas infantis, que necessitam nos dias de hoje, de vozes firmes que a eles se dediquem e defendam-nos.

Que o civilizado não interfira em suas pacíficas existências impondo-lhes regras adversas a sua cultura.

Não necessitam da religião dos brancos hipócritas e interesseiros.

Cultuam os “seres simples” da natureza, como eles próprios.

Há uma chance de deter o ódio nos corações dos índios que se encontram mergulhados nos charcos abismais. Basta que a discriminação cesse, o desejo de posse da coisa alheia seja interrompido, acabe com a exploração do indígena e cesse o desprezo por esse irmão.

Ampara-o, sem impor-lhe cobranças e mudanças.

Deixai o índio seguir seu curso natural de vida.

Assim como “os exércitos do mal” marcham sobre a Terra, distribuindo tormentas e dores, marcham também os índios vingadores sobre as pequenas tribos, buscando inflamar os conflitos. Interromper sua marcha negativa deverá ser esforço conjunto, nosso e vosso. Sabemos que podemos contar convosco, Grupo de Guerreiras da Luz.

Aqui viemos, com autorização do vosso Mestre Shama Hare, pedir que intensifiqueis vosso trabalho de despertamento dos irmãos índios, que avançam para a vingança destrutiva!

Amai os irmãos índios, como o Pai nos ama!

Divulgai palavras em defesa do índio brasileiro e estimulai, como vindes fazendo, a simpatia do homem branco pelo índio.

As limpezas astrais que vindes realizando junto com vossos Mestres e o socorro amigo de desobsessão direcionado aos indígenas muito têm contribuído para despertamento e encaminhamento ao socorro destas almas.

O que vos suplicamos, humildemente, é intensificar vosso trabalho em direção ao índio. Olhai pelos índios. As vossas palavras são fortes e atingem firmemente as criaturas prontas para recebê-las.

De nossa parte, estamos ao vosso dispor e continuamos no trabalho amigo de socorro, ajuda e amparo ao irmão índio.

Jesus é nosso Mestre, nosso Guia.

Salve a Luz que vos conduz.

Cacique Vilas Boas

A atitude cristã frente ao índio é a de respeitá-lo e não a de transformá-lo.

Esta última é abjeta e vil.

Cacique Vilas Boas

08. Os índios representam a natureza

No desenvolvimento das civilizações, o homem se transforma de maneira extraordinária.

O corpo físico e o intelecto avançam vertiginosamente, enquanto a moral mantem-se em níveis inferiores, cultivando prazeirosamente o orgulho e a prepotência de soberanos dominadores.

Os índios haveriam de percorrer, paralelamente aos civilizados, sua trajetória evolutiva sobre a Terra. Não como sub-raça, escravizada pelos homens de intelecto avançado, mas como irmãos mais jovens, como tenras plantinhas que devem ser regadas e protegidas das intempéries.

O carma coletivo adquirido devido às injustiças e atrocidades cometidas contra os índios é tamanho, que gerou as favelas desequilibrantes, onde os índios de outrora cobram suas terras, seu sustento, sua vida selvagem e livre.

Subrepticiamente, perseguem os moradores do asfalto, assim como no passado foram perseguidos e caçados. Cobram hoje os meios de subsistência que lhes foram negados.

Irmãos, acordai! É tempo de colheita.

Semeai agora somente o perdão e o amor ao próximo, pois a presente colheita amarga é o fruto da semeadura negativa do passado. Interrompei o ciclo vicioso do ódio.

Esforçai-vos por fazer prevalecer o amor acima do ódio, a fraternidade acima do preconceito e a humildade acima do orgulho.

Semeai a paz para ter um futuro promissor, onde as criaturas entrelaçarão as mãos em união e ajuda mútua.

Os índios foram dizimados da face do planeta, interrompendo sua trajetória de evolução, plasmada pelos Técnicos Siderais. Hoje, respondeis a essa interferência através do caos planetário que viveis.

Brancos, negros, índios, amarelos, todos somos irmãos filhos de um Pai único, fadados inexoravelmente a evoluir.

Os índios representam a natureza, os rios, as aves, as plantas e os animais. Os civilizados, por sua vez, vêm acabando com tudo como máquinas de destruição.

Chega de ódios! Hasteai a bandeira do amor!

Amor, laço único que nos une ao Criador.

Olhai, irmãos, o índio como um irmão mais jovem, que necessita do vosso concurso salutar e amigo.

Salve o índio brasileiro!

Salve Jesus!

José de Anchieta

09. Agora conheço Jesus e Ele me conduz

Índio sempre fui!

Nas diversas vidas que vivi,

em diversas tribos que nasci,

o ódio cresceu dentro do meu ser

até que decidi mudar

e com vossa ajuda me transformar.

Desde então resgatei a mim mesmo,

e os irmãos que instiguei ao ódio.

Desde então ao trabalho de socorro dedico-me.

Quanto já avancei!..

Até uma Cidade Intraterrena visitei.

Agora, meus irmãos

conheço Jesus e Ele me conduz.

Não aquele Jesus que queriam nos impor, injusto, frio.

Mas o Jesus de puro Amor.

Não descansarei. Prossigo no trabalho com o Mestre

em socorrer nos atoleiros da escuridão,

almas de índios e brancos

pois também são irmãos.

Vem irmãos, libertar conosco

nesta luta de Deus, a Nação!

Cacique Pena Verde

10. Irmãos, olhai agora os irmãos índios

Meus irmãos, volvei vossos olhos ao passado, quando ainda éreis criaturas primitivas a disputar alimento com as feras. Irmãos Superiores de outras esferas vieram em vosso auxílio para que pudésseis evoluir.

Vossos corpos transformaram-se. A mente desenvolveu-se. Já cultivais o próprio alimento, sem necessidade de disputa com as feras.

Irmãos abnegados também aí estiveram, sem nada vos impor ou exigir, apenas dando o exemplo de abnegação e renúncia.

O progresso continua, mas as sementes do bem, lançadas em vosso coração pelos amorosos irmãos, não crescem.

Desce Jesus sobre a Terra, no sacrifício máximo que sua condição de Anjo exigiu. Sem nada cobrar, apenas distribuiu amor, deixando para vós “as inesquecíveis palavras, guia de conduta” para vosso progresso moral e espiritual.

Vindes em progresso lento e outras Almas Superiores trilham convosco a jornada na Terra, buscando estimular-vos a seguir o Roteiro de Luz, deixado pelo Mestre Sublime.

Olhai agora os irmãos índios, que convosco vêm percorrendo sua trajetória de evolução sobre a Terra, sempre interrompida por vossas ações maléficas e destruidoras, sem contudo estarem desamparados pela Lei Maior.

Procurai agora modificar-lhes o caminho no atraso espiritual e a queda nos penhascos do ódio.

Estendei mãos amigas de socorro urgente e amparo justo, impulsionando-os na senda do progresso, através do perdão e do amor.

Ide ter com os irmãos infantis que necessitam do vosso concurso para subirem a escalada do progresso espiritual.

Entrelaçai vossas mãos e alçai o vôo da libertação!

Jesus seja convosco.

11. A nudez física lhes cai perfeitamente como simbolismo da nudez espiritual

Grande número de almas decaídas e rebeldes, já desprovidas da dureza de coração, vividas em épocas pretéritas, desceram à Terra para recomeçar a aprendizagem do amor à vida humana.

Séculos de esvaziamento de suas energias mortificantes em mundos desabitados e áridos colocaram-nos na condição de espíritos, sob os aspectos físico e moral, completamente despidos, rebaixados à condição de analfabetos espirituais, aos quais todas as letras devem ser ensinadas do princípio, embora dominem as artes da comunicação e do pensamento.

O primitivismo a que retornaram, embora sendo espíritos milenares e já tendo aproveitado dos benefícios de sua abundante evolução tecnológica, não lhes garantiu os requisitos necessários para ascenderem às paragens celestiais. Portanto, retornaram ao início, completamente esquecidos e fortemente impregnados do sentimento de respeito, reverência e amor à vida, que passou a ser para eles o Supremo Comandante.

Aqueles que tantas vidas destruíram por sua sede de sangue, através de práticas vampirescas, arrasando civilizações inteiras, sugando-lhes as energias vivificantes, agora submetem-se ao comando total das Leis da vida, guiados pelas Forças da Natureza.

A nudez física lhes cai perfeitamente, como simbolismo da nudez espiritual com que se apresentam aos olhos do Pai. São espíritos que depois de uma longa jornada de dores despem-se da roupagem antiga e modelam-se qual barro, em nova forma para o recomeço.

Ao invadir-lhes o espaço físico, espiritual e cultural, os seres humanos de outras categorias, em muito interferem no seu plano de progresso.

O contato prematuro com vossa civilização desperta em muitos a lembrança confusa de eras soterradas pela jornada dolorosa através de milênios. Mergulhados nessa conflituosa mistura de passado e presente, tendo no momento seus instintos ativados para garantir-lhes os meios de sobrevivência, entram em choque, com resultados imprevisíveis, mas quase sempre desastrosos para ambos: brancos e índios.

A aprendizagem do respeito vai além dos códigos morais superficiais, que muitas vezes vos acostumastes a condicionar em vossa sociedade.

No sentido mais amplo de seu significado e de sua força, o respeito é inseparável da fé e do amor, únicos instrumentos capazes de conferir ao olhar humano a limpidez necessária ao descortinamento das verdades maiores.

Respeitá-los, nesse sentido, seria permitir-lhes o desenvolvimento segundo o Plano Maior, nunca interferindo no processo.

Ficai sabendo que toda tribo indígena possui um Espírito Guia que lhes comanda a forma grupal e com eles avança, de acordo com o progresso de todos.

Ao adentrardes o espaço energético desses seres e interferir em seu domínio de ação, desequilibrais a aura magnética da aldeia, perturbando os laços que permitem um Comando Superior.

Mantende-vos afastados das aldeias indígenas, respeitando-lhes a existência como se eles fossem seus vizinhos brancos.

Deixai-os progredir lentamente com o conjunto de seus conhecimentos, sem apressar-lhes a marcha progressista, que em tudo difere da vossa.

Aceitai sua contribuição em todas as áreas como resgate para eles e aprendizagem de humildade para vós.

Tendes tudo que a matéria pode proporcionar ao homem moderno, mas não tendes a força vital, nem a sintonia harmônica plena que os irmãos índios têm com vossa Mãe Terra.

Ambos, em pé de igualdade, detêm conhecimentos importantes que deveriam ser passados de um para o outro. O máximo que podeis ousar em nome do Deus único, que vos comanda as existências, será renderem-se à Luz, que diferentemente ilumina a estrada de um e de outro, aproveitando-lhe o foco luminoso no clareamento da própria jornada pessoal e coletiva.

Deixai viverem em paz.

Tudo possuem, pois o Pai vela por todos. Vossa vontade de ajudar-lhes a civilizarem-se nasce da prepotência de vossos corações e do orgulho de vos considerardes acima de todas as coisas.

Sabeis que de todas as forças que regem o planeta, a vossa é uma das menores? Ao usá-la erroneamente na maioria das vezes vindes pondo a perder todo o equilíbrio do conjunto.

Humanos amigos, detende vossas mãos insensatas e direcionai-as no sentido de transformação de vossa própria inferioridade. Basta de erros.

Buscai na alma indígena o exemplo de humildade e obediência às Leis Superiores, rendendo vossas forças ao Comando da Luz, como eles o fazem.

Sede amorosos e pacíficos.

Seu Mestre

Ramatis

12. A violência em algumas tribos

P – Mestre, e os índios violentos, como reencarnaram?

R – Cada grupo ou nação guarda consigo as características marcantes que lhes dominaram e regeram os destinos.

Em diferentes grupos chegaram as almas exiladas aos mundos estéreis, como diferentes foram as maneiras com as quais seus espíritos reagiram ao mergulho na matéria planetária da Terra.

As pesquisas nesse sentido indicaram onde e quando, de acordo com o processo de colonização do planeta, esses grupos de espíritos deveriam se reencarnar, e até onde puderam chegar em seu processo cármico evolutivo, foi definida a pátria que lhes seria adotada pelo coração. Assim, os mais mansos e cordatos foram enviados às regiões do planeta onde a vida mais abundante afloraria e aqueles mais selvagens em seus instintos enfrentariam as condições planetárias mais rudes e penosas, com menos recursos, de forma que pudessem despender grande parte de sua energia beligerante no emprego da própria sobrevivência.

Mesmo após longo período de drenagem da força belicosa de suas almas, alguns espíritos-grupos ainda reencarnaram com tendências vampirescas, constituindo os grupos indígenas mais violentos, adotando prática canibalesca e sanguinária em guerras de domínio sobre seus irmãos. Contudo, esses sempre foram em menor número, considerando o todo. Hoje, em sua maioria, já não apresentam esse comportamento, que foi depurando ao longo dos milênios de desenvolvimento sobre a Terra.

P – Os crimes bárbaros que vemos atualmente têm a ver com esses seres?

R – Sim, podemos dizer que alguns dos canibais apresentados por vossa sociedade são o resultado de conflitos causados no passado longínquo, em que almas primitivas foram obrigadas, por força da dominação estrangeira, a renegar sua cultura e romper violentamente os laços cármicos espirituais de seu povo original.

Espíritos assim, passam a ligarem-se inevitavelmente à civilização, contudo, sem ter depurado adequadamente sua incivilidade. São as conseqüências indesejáveis que sois obrigados a arcar pelo desrespeito impetrado às leis do progresso. Só a luz do conhecimento pode auxiliar um espírito que deseja avançar, discernindo os caminhos de sua jornada ascensional.

Dessa forma, o conhecimento por vós adotado como fator de superioridade em relação ao índio, torna-se fator de vossa queda e perdição, conquanto só há superioridade naquele que, tendo conhecimento, utiliza-o com sabedoria em favor não apenas de si mesmo, mas buscando contribuir como um acorde harmônico na sinfonia da vida.

Ramatis

13. Possuímos um só Deus Criador, apesar da prepotência de alguns de considerarem-se os eleitos de Deus

Os índios e os negros tiveram grande influência no conhecimento da biodiversidade das plantas e na sua aplicação medicamentosa.

Índio e negro escravo não tinham condições de buscarem médico para tratarem suas doenças, por isso procuravam na Mãe Natureza os recursos que salvavam suas vidas das doenças inevitáveis e também na prevenção de outras.

Os índios não conseguiram dominar totalmente as doenças transmitidas pelos brancos, porque eram diferentes das existentes em sua raça.

O homem branco que dizimou impiedosamente o índio e humilhou ferozmente o negro, deve render-lhes homenagens e agradecimentos, pois o conhecimento botânico que hoje detêm teve suas origens na busca do conhecimento das raças indígena e negra. Se, no passado, negligenciou sua ação benemérita em relação as raças irmãs, que hoje reconheça o seu valor.

Homens, não tarda o dia em que havereis de dar-vos as mãos, na formação de um único povo terráqueo, uma só nação, um só Deus.

Adiantai-vos no reconhecimento da importância das raças serem irmãs, para o progresso planetário.

Somos todos irmãos, apesar do preconceito de muitos!

Possuímos um só Deus Criador, apesar da prepotência de alguns de considerarem-se os eleitos de Deus.

Somos um só Povo da Terra, apesar do domínio de algumas nações.

Hoje entendo: Índios, brancos, negros, todos são filhos da Terra.

Salve a Terra!

Cacique Thuerê