CAPÍTULO 08
Lemúria

...Cabe ao ser humano tomar como modelo a imagem e semelhança daquela energia que representa a escolha mais acertada, necessariamente para isso tendo que renunciar a energia oposta.

Nenhuma criatura neste planeta poderá, por razão alguma, atender aos apelos de uma e de outra corrente ao mesmo tempo. Somente aqueles iludidos pela vaidade, orgulho e egoísmo poderão julgar-se capazes de abraçar a luz e mergulhar incólumes nas trevas, ou vivendo mergulhados nas trevas, vestiremse de luz quando quiserem.

Rama Schaim

01. Mestre Ramatis na Lemúria

Desaparecem os gigantescos animais da superfície do planeta.

A vida humana floresce.

Animais de grande porte ainda circulam, contudo o homem já sabe se defender, devido ao desenvolvimento da sua capacidade de raciocínio.

Desce à Terra um grupo de exilados e também espíritos de alta graduação, em missão sacrificial, para dar impulso ao planeta e à sua jovem humanidade. Serão os precursores das raças futuras, das primeiras civilizações adiantadas. Metrópoles extensas são construídas. A vida floresce promissora.

Lemúria ascende vertiginosamente. Em poucas centenas de anos, a tecnologia avança, a genética expande-se, como nova luz do progresso. O riso é farto, a vaidade domina.

Caminho entre brumas. Mahyr me diz para ficar calma. Surgem prédios. Serão de cristal? Talvez. Tons de azul ou verde muito suaves. Prédios altos que se comunicam, interligando-se através de cilindros transparentes.

Meios de transporte que deslizam acima do solo.

Entro num templo, após ter subido por soberba escadaria que dava acesso a portas gigantescas. Tudo é construído de um cristal muito bonito ou coisa parecida, que não conheço. Há um grande salão e nele se encontra uma estátua iluminada por suave luz que a envolve. A face lembra o Mestre Ramatis. Fico extasiada, paralisada ante a imagem do nosso amado Mestre Ramatis, pois forte emoção me envolve. Perco o controle por alguns minutos e suplico perdão pela fraqueza que ainda me domina.

Todo o panorama, hoje cidade morta, desaparecida, naquele instante estava ali, bem viva, projetada para mim através da poderosa mente do Mestre Ramatis.

Após acalmar-me, penetro no santuário. É um templo imenso, com enorme cúpula de cristal que permite a entrada de claridade suave. Luz e paz. Há apenas duas estátuas na frente, que não sei de quem são, e um púlpito. Ao lado, uma porta aberta dá saída para um jardim. Lá fora, o sol inunda e aquece o pequeno jardim florido.

Flores que desconheço e revoada de pássaros que nunca vi.

Naquele momento, senti muito forte a energia do amoroso Mestre Ramatis.

02. Palavras do Bondoso Mestre

Ali, naquele Santuário, construído por mentes brilhantes para o progresso do planeta e da sua humanidade, fixei-me para impulsionar alguns pupilos ao mais rápido progresso e estender a mão de fraternidade ao jovem planeta.

Ramatis, hoje sou, assim me conheceis e assim permanecerei em vossos corações, pupilos amados.

Deixai-vos mergulhar na senda do progresso através do trabalho que redime. Muitos dos personagens que desfilarão ante os olhos atentos dos canais receptores serão, reconhecidamente, vós mesmos, em eras findas, quando vos arrastáveis na despreocupação da hora acelerada das mudanças que enfrentaríeis. Naqueles tempos, fostes criaturas primitivas, como todos, e percorrestes neste planeta o cadinho renovador que vos garante hoje, ocupar o lugar nas fileiras da Luz.

Ontem, plantastes o mal. Hoje, semeais a Luz. Avante, que o tempo finda e a vida urge mudanças e trabalho.

Voltemos.

Ramatis

03. Experiências macabras

Surge em minha frente imensa cascata, que faz espuma ao bater na superfície de um imenso lago de águas transparentes.

Ali é um local de lazer. Há pontes bucólicas, pássaros cantam e árvores frondosas ao redor, onde homens e mulheres descansam das lides diárias e as crianças brincam felizes naquele recanto.

Chegamos a um prédio moderno, muito alto, interligado a outro semelhante.

Há qualquer coisa estranha a sua volta, apesar de sua construção ser semelhante a outras ao redor. Entramos. Parece um centro estético, mas bem diferente do que conhecemos hoje. As mulheres e os homens que ali entram, saem com outra aparência, mais jovens, mais alegres, cor da pele e cabelo diferentes. As vezes, é até difícil reconhecê-los.

Nos fundos, há uma porta. Entro e desço por um elevador.

Deparo-me com experiências macabras, chocantes, com seres humanos.

Vejo vários corpos humanos abertos. Mulheres, homens e crianças ali se encontram, vivos e prisioneiros de mentes diabólicas que os usam para suas experiências científicas, como se fossem animais.

Neles são injetadas substâncias, para provocarem as reações de mudanças. Tudo limpo, claro, sem nenhum som. Apenas vê-se, naquelas infelizes criaturas, a imagem da dor.

Há gestantes com barrigas abertas e os fetos ali expostos, para experiências horrorosas.

Meu estômago revira, estou quase vomitando. Todas estavam em prova.

04. O Mestre Ramatis volta a falar

As criaturas são decaídas de vários planetas, não aproveitando a chance da vida pelo impulso do trabalho, mas enveredando nos tenebrosos caminhos da morte, pela vida sombria.

Semeiam o terror, abastecem a vaidade, o orgulho e a prepotência dos pobres humanos que em troca doam-lhes a seiva vital de suas almas, formando laços negros de união com as trevas.

Aquelas experiências levaram Lemúria a uma queda vertiginosa, assim como foi sua ascensão.

Aquela humanidade, contrariando as leis do progresso, não aceitava o envelhecimento dos seus corpos e submeteu-se incondicionalmente aos abusos das pesquisas científicas e genéticas, que a levou a ter corpos jovens e vida prolongada.

A “fonte da juventude” é conquistada pelos “espíritos superiores” ue já superaram todas as mesquinharias da carne, olvidaram os prazeres mundanos e os apegos doentios.

Somente na medida que o espírito ascende na escala evolutiva, galgando patamares cada vez mais altos, conseguirá alcançar a tão almejada “fonte da juventude” e quando a alcançam, esta já não faz o menor sentido real em suas existências, pois somente o que importa é a disseminação do amor entre as criaturas, filhas de Deus, todas irmãs, ligadas umas às outras pela origem da Criação.

Somos todos irmãos. É o que devem entender todas as criaturas humanas e, fatalmente, se fazemos sofrer um irmão, teremos que sofrer as mesmas amarguras e dores que provocamos a ele. Somente assim, limpam-se as vestes nupciais, como disse o Amoroso Jesus. As vestes brilhantes do ser que transcende a materialidade o tornam então jovem, como queria. O espírito evoluído se apresenta com a forma que quiser.

As experiências macabras realizadas com os próprios irmãos de humanidade e com outros seres vivos têm provocado a decadência e a queda de muitas civilizações que se achavam invencíveis e sólidas.

As guerras fratricidas escondem o orgulho e a presunção de seres humanos quererem ser deuses, antes de terem sido homens.

Todas as instituições humanas baseadas em ganância, orgulho, presunção, preconceito, corrupção e violência, na transformação de energia salutar em deletéria, hão de falir, seja em que planeta for.

Não basta dizer-se irmão em humanidade; há que agir como tal.

As diferenças sociais e econômicas sempre existiram nos planetas inferiores, mas se o homem tivesse trilhado o caminho do Bem, a trilha de espinhos seria interrompida em curta distância.

Em todas as eras da Terra, o homem escolheu o caminho da destruição e da dominação. Ainda hoje, quando o homem ultrapassa os limites planetários, os mesmos pobres sentimentos de dominação imperam em seu coração, levando-o mais uma vez à queda.

Mas a Hora do Basta chegou. As Trevas que aproveitem o último minuto do seu banquete neste planeta, pois não mais alçarão o vôo da destruição, quando saírem daqui para outro lugar onde recebam de volta, pela Lei da Ação e Reação, aquilo que semearam durante sua parca existência.

Lágrimas amargas de sangue verterão, nas noites das eras futuras que abrasarão na Eternidade.

Somente o Pai Magnânimo e Justo acompanhará os infelizes no degredo escolhido, pois nem os seus tutores terão a permissão de fazê-lo.

Somente terão refrigério quando lhes for permitido que almas que também faliram, mas que lhes são superiores, os visitem em excursões sacrificiais de socorro, ajuda e esclarecimento.

O Pai é Justo e Amoroso e sua Justiça é implacável.

Sois hoje o que não quisestes ser ontem e sereis amanhã o que desejais hoje.

Jesus é o Caminho, o Guia de todos os terráqueos. Alma Bondosa que com Amor Incondicional acompanhará Seu rebanho por todo o sempre, até que a última ovelha retorne ao Aprisco do Pai.

Jesus é Luz. Farol Seguro nas noites sem luar.

Ramatis

05. Queda da Lemúria

Após a queda do grandioso império da Lemúria, os espíritos exilados são espalhados por diversos pontos do mundo, surgindo várias raças distintas.

Cresce a população do planeta.

Enquanto os homens percorrem árduos caminhos na Terra, no astral, novas civilizações vão se formando e são planejadas para descida no futuro. A vida ainda muito primitiva deverá receber novo impulso.

O tempo corre célere.

O homem luta pela sobrevivência.

Os mentores aguardam momento propício para fazer surgir nova civilização, esperançosos de grande impulso para renovar a Terra.

Jesus, Amoroso Condutor, a tudo conduz, e a cada intervalo entre uma e outra encarnação, os Mentores concitam os espíritos rebeldes a exercitarem a paz.

A vida continua. O planeta ainda sofre seguidas convulsões geológicas e as terras e os mares ainda se encontram muito inseguros.

Pouco conhece cada indivíduo a respeito do que alcança os seus velhos olhos.

06. Remanescentes da Lemúria espalhados pelo mundo

Lemúria tomba e com ela a grande maioria de sua população, que parte para a formação das grandes raízes dos povos espalhados na Terra.

Nova oportunidade de reajuste aos que tombaram nos instintos inferiores cultuados durante tantos milênios.

Pequenos grupos da raça lemuriana, aqueles que acreditaram nas Forças da Luz, não pereceram e foram transferidos para o interior da Terra, para cidades nascentes que já possuíam brilho como eles (Neste momento da comunicação, ouço sussurrarem os nomes: Shambala e Létha).

O Sol brilhava para aquele pequeno grupo de seletos irmãos que ascenderam, dominando o próprio instinto e superando a densa massa reinante de então.